Prontos para scrambling na neve!

Sábado o dia foi intenso. Acordamos as 4:00 da manhã, viajamos 250km, caminhamos 6km (com mochilas de 10kg nas costas) e voltamos para casas as 18:00. Ufa! Conforme falei no post anterior, fizemos o nosso segundo treinamento do scrambling – desta vez foi na neve! Tivemos sorte, pois o dia estava liiiiindo. Além de aprendermos bastante, o passeio foi super legal. Paisagens incríveis, turma divertida (eu, Gordo, Carlos, Flávia e Marta) e mesmo com um líder meio chato, nós adoramos.

Stevens Pass – onde fizemos o treinamento (foto do Carlos Brito)

O objetivo desta field trip era aprender técnicas para caminhar na neve com segurança. Treinamos o uso do ice axe, que em português é chamado de piolet ou piqueta. Num cenário normal (sem incidentes) o ice axe deve ser utilizado apenas como apoio.

Subindo, subindo, subindo! E usando o ice axe :)

Se fizermos tudo direitinho, provavelmente não precisaremos usar a outra técnica que aprendemos, chamada de self-arrest (parece que não existe termo em português). No self-arrest a gente crava o ice axe/piolet na neve para frear depois de uma queda. Imaginem que alguém está caminhando na neve em um lugar super íngrime e por um descuido escorrega e começa a deslizar. Sem a técnica de self-arrest essa pessoa poderia deslizar por kilometros e acabar se machucando (ou até morrendo). Ou seja, só usa quando já começou a cair – eu não estou planejando usar esta técnica – NUNCA.

Só cuidando se o Gordo ia fazer o self-arrest direitinho :P

Muitas pessoas me perguntam se é super frio. Não. Durante a primavera a temperatura nas montanhas de Washington é positiva, principalmente durante o dia. No sábado a média estava em 10 graus Celsius. Com todas as caminhadas e o sol, deu pra dar uma boa suada.

Mas onde começou tudo isso? Bem, existe um grupo de “Hikers Brasileiros em Seattle” no Facebook (sim, somente hikers, brasileiros e que moram na região de Seattle são aceitos :P). A Adri, que é a criadora do grupo e hike entusiasta, fez este curso no ano passado (junto com o Thales, marido dela). Ela nos motivou muuuuuito. Confesso que estava super na dúvida , com medo que o curso fosse muito puxado, comprometimento demais e pouca diversão. Mas daí o Gordo se animou, decidimos deixar a zona de conforto e fazer! Está valendo muito a pena – nós estamos amando e temos certeza que vai ser cada vez melhor :D. Obrigada pela motivação, Adri! Se não fosse por ti, não estaríamos vivendo essas aventuras tão incríveis.

Adri e Thales no campo base do Mount Everest em 2015. Vocês tão vendo o caminho que estamos seguindo, né?